terça-feira, 27 de setembro de 2011

Vinte e três de setembro

O problema não é sopro da sua boca
nem o peso das suas palavras,
meras bailarinas no ar,
vítima dos teus lábios cruéis.
O problema, de fato, é o que tu és
com essas tuas mãos vazias
o peito inundado de mágoa
a garganta mofada, sorriso costurado
o peso do teu fardo de ser.
E por ser quem és, atravesso do outro lado da rua
rezando para que não notes mais o meu caminhar
Eu, que faz tempo, não sou sua
tu que continuas
a me assombrar.

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