sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Oito de setembro

Cada dia que vem reclinado na noite
Desce pelas hastes das estrelas com sua imensidão de luzes.
Deixa amargar no céu da boca ainda úmido
O gosto da saudade de ontem.

Forte como o aço do teu esquecimento involuntário,
Frio como os cálculos matemáticos de um amor analfabeto
Deixaste aqui, no peito, calado
O beijo molhado em pleno deserto.

Mas me deixa enquanto eu posso andar
Porque meus pés já não respondem em qualquer trajeto.
Incerto, meu olhar vaga pelo dia que desce
Ainda que inerte.

Mas me deixa enquanto eu ainda posso chorar
Porque meu trajeto já não cansa os meus pés
Certamente, a minha vida aqui começa
Ainda que seja ao revés.

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