sábado, 2 de abril de 2011

Trinta de março

De repente você nota que o tempo corre 
como as árvores que são deixadas para trás ao olhar de um vagão
Mas não percebe que, contudo, a vida derrapa em qualquer estação
Não há feridas que destruam nosso laço,
Nem motivos para eu fazer tudo que eu faço
E eu faço, repito, machuco teu sorriso num golpe de flor
Que machuca, mas fortalece e revigora
O tempo que passa, de hora em hora
Mostrando-te quem sou.
Só sei que, dentro desse quarto azul,
teus olhos, esse corpo nu
Não cabem nos poemas que eu quero recitar.
E teus olhos, esse mar sem chão nenhum
Só existem nos segundos em que eu posso olhar.

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