De repente você nota que o tempo corre
como as árvores que são deixadas para trás ao olhar de um vagão
como as árvores que são deixadas para trás ao olhar de um vagão
Mas não percebe que, contudo, a vida derrapa em qualquer estação
Não há feridas que destruam nosso laço,
Nem motivos para eu fazer tudo que eu faço
E eu faço, repito, machuco teu sorriso num golpe de flor
Que machuca, mas fortalece e revigora
O tempo que passa, de hora em hora
Mostrando-te quem sou.
Só sei que, dentro desse quarto azul,
teus olhos, esse corpo nu
Não cabem nos poemas que eu quero recitar.
E teus olhos, esse mar sem chão nenhum
Só existem nos segundos em que eu posso olhar.
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