terça-feira, 23 de agosto de 2011

Vinte e dois de agosto


Intacto, silenciosamente inerte
Guardando dentro de si o mundo que gira lá fora
Na beira do mar dos segundos, molhando as horas
De lágrimas frias.

Pasmos, dois olhos pairam no escuro,
Esbarram-se no breu que há no espelho,
Não há imagem refletida,
Há um mundo e apenas meu travesseiro!

Mas nada acontece, nada muda.
A flor emudece e no fim está murcha,
Há pétalas por todos os lados.

O reflexo se torna todo o vazio que me torno,
Ouço as vozes do que não digo
E, ao esbarrar comigo, não me reconheço.

Solidão, teu nome é este tão belo em que pinto,
Mas já não sei conversar comigo,
Já não sei se me mereço.

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