sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Nove de agosto

Deixei-me cair aos poucos, parte a parte
vi meu rosto estampado na neblina dos covardes
Lavei-o levamente com a água suja deste chão gelado:
Nada me restou de mim.
Achando estar no fim, libertei meus medos,
porque, se há de ser assim, por qual motivo acordar cedo?
Por que preciso limpar as janelas para ver o dia
se posso desenhar no embaçado do sereno a minha companhia?
Jamais bastei-me, embora só.
No espelho, revelo-me já velho
um homem de barbas no rosto e coração ao meio
Passei pela vida fazendo-te rimas
que, estampadas nas parades da esquina,
apenas eu leio.


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