segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Três de agosto

Diga-me que já não escapa de sua doce voz
a melancolia que te sobra ao cair das noites
com suas mágoas amarradas aos pés, feito cadarços,
e esse teu peito revestido de aço a bater descompassado.
Ah, o teu pecado foi perder-se no vento sem levar suas as asas
e, julgando-se perdida,
reabriu a ferida dos tempos passados.
Perdida no vento, pôde enxergar sua vida
que, embora sofrida,
tinha as cores de uma antiga alegria estampada.
Pobre menina que nas esquinas do tempo fora esquecida
que hoje vive à margem de sua própria ruína
por um dia não ter sido amada.


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