quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Vinte e três de fevereiro

De tudo que conheço, levo o breve, o instante que se cala tudo em que se ouve, porque as mais lindas coisas são ditas em plena ausência de som. E mais vale o tempo que dorme, que paira no vento feito borboleta, que aquele que é escrito antecipadamente, com a mais fiel das canetas. Porque, se há na vida uma certeza, é de que nada se apaga.
Se há algo do qual temo, aprendi que, aos poucos, o temor vira marca, e que somos todos um conjunto de marcas, todas intactamente preenchidas, escuras, que nos tornam exatamente o que somos. E mais vale o que se é em segredo, que aquilo que se mostra, sem medo, aos olhos alheios.

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