quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Nove de fevereiro

Ao esquecer os desejos, retoma-se o perfume das coisas pequenas, aquele cheiro de Alfazema da velha camisa. Ao pertencer a um sorriso, retoma-se a meta de perder as saídas. E há quem diga que o amor não dói...
Ao levantar vôo com os olhos pregados em outros, naquele breve momento em que nos tornamos uns loucos, todos sãos de tanta idolatria. E tudo parece se desenquadrar, a noite e o dia tornam-se um par. E há quem diga que o amor não pira...
Ao nos depararmos com as  histórias antigas, registradas em fotografias, marginalizadas pela distância que cada uma delas nos trazia, era possível viver novamente aquele ontem tão distinto, tão deixado de lado pelas bordas desse novo infinito. E há quem diga que o amor não cheira a naftalina...
Ao despontar da faixa de largada, o que antes fora nada, torna-se o eixo de tudo. E o grande círculo desse mundo parece não mais girar, enquanto ouvimos valsas, violões, melodias tão belas. E os barcos estacionam no mar, e os pássaros deixam de voar, e tudo aquilo que nos aprisiona é um olhar. E há quem diga que o amor é cego...
Ao reviver nestes braços, sentir de novo o mesmo cheiro, ao retocar o tempero que nos enche de sabor novamente... Ao contar para toda essa gente que o tempo se fez inútil e que a distância se fez nula, entendemos que está dentro da gente aquilo que a gente procura. E há quem diga que o amor nem existe.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo demais!!!