terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Vinte e quatro de janeiro

Três da manhã e a música tocou. Retocou. Com o batom borrado de deitar no travesseiro, eu lembrei, como se ainda fosse hoje, agora, como se estivesse perto de mim como borboletas possíveis de serem tocadas. Não foram, nunca seriam.
De certa forma eu estava unicamente feliz, mesmo diante de tudo aquilo. Daquelas fotos, daquelas lembranças. Os dias sobreviveram a tudo, inclusive a mim.
Dói, às vezes, não o suficiente para eu me lembrar sempre, é raro teu pouso aqui.
Estou sendo gentil com aquilo que se faz breve em mim, mas que vai fundo, que se eterniza em simples sorrisos. Há na vida algo mais que o que há lá fora da minha janela. Estou eu aqui dentro, deitada sobre meus dias esperando, quem sabe, me tornar algo que eu possa olhar e sorrir. Você ainda sorri pra si?
Acho intrigante toda essa comida na mesa ainda, estas moscas por cima. Irrita-me tudo que me cerca, que me prende, que me vigia. Mas saiba, Deus, não espero que me nasçam asas porque, de qualquer forma, eu jamais conseguiria voar.
Você sabe... Meus sonhos ainda me pesam.

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